Revista Capivara | n. 1 | 09-2018

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Revista Capivara

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ENSAIO

meio que no fim

O gênero acadêmico, as boas maneiras e o bom senso preconizam a discrição e a reserva, que se fale do acontecimento sem jamais nomeá-lo, especialmente se ele toca o limite (e o acontecimento sempre toca) entre as preocupações estritamente intelectuais e o plano, digamos, da vida. Mas, diante da necessidade de expressar algo (e aqui a "expressão" carrega sim toda a carga patética que a crítica e a teoria literárias às vezes se esforçam em abominar), não nomear, não confessar, pode ser simplesmente torturante.

ENSAIO

Geração, gestação, nascimento e criação dos bebês formam um conjunto de situações que são as mais renitentes expressões da natureza; como os últimos bastiões de nossa animalidade, sitiada pelas hostes de Deus, do Plástico e do Algoritmo. São como a rosa de Drummond, a furar “o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”.

As palavras e as pulgas

ENSAIO

Funes é incapaz de abstrair, de hierarquizar conhecimentos, de dar a partida no movimento do pensar. Pensar, aprendemos pelo contraexemplo de Funes, é esquecer. Se entendermos memória como história, Funes é uma boa metáfora para o que algumas más línguas costumam chamar de indigência teórica da ciência da história.

Paradoxos das letras

na pós-graduação

Antonio Kerstenetzky

ENSAIO

A obrigação de escrever na pós-graduação introduz nova relação com a leitura, e esse mandato repentino pode ser perturbador. Os textos perdem a sua inocência: o prazer diletante de ler sem obrigação, sem a necessidade de se estar sempre atento às possíveis implicações do que se está lendo sobre o próprio trabalho, sem ter que seguir um programa de leitura com alguma coerência.

Feminismos, tensões e ambiguidades em Girls

ENSAIO

Existe uma experiência feminina essencial passível de representação? Essa experiência é necessariamente de opressão masculina e violência? Por que a arte produzida por homens é interpretada como “neutra” enquanto aquela produzida por mulheres aparece como arte feminina?

Meu pai é caminhoneiro...

CRÔNICA

Meu pai é caminhoneiro. Permaneceu cinco dias no trecho sul do Rodoanel. Parou involuntariamente. Havia terminado seu dia de trabalho e voltava para casa quando, surpreso, deparou-se com o bloqueio da estrada. Indignou-se.

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Duzentos anos de

André Martins, Oswaldo Zampiroli, Camila Bevilaqua e Josué Neves

GALERIA

n. 1 | 09-2018

Carta dos editores

Antonio Kerstenetzky

Luiz Eduardo Freitas

Editores

André Martins

Clarisse Lyra

Daniel Mano

Hugo Salustiano

Luiz Pereira Aguiar

Maria Lessa

Nathalia Carneiro

Victor Fernandes

Conselho editorial

Beatriz Reis

Luiz Eduardo Freitas

Projeto gráfico

Imagem de chamada a partir
da videoinstalação "História Antiga", de Laura Erber.

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